Jerônimo regulamenta lei de salvaguarda da capoeira e dá início à programação do Novembro Negro na Bahia
Manifestações culturais deram
início, nesta terça-feira (5), a programação do Novembro Negro, durante evento
realizado no Colégio Estadual de Tempo Integral Zumbi dos Palmares, no bairro
de Tancredo Neves, em Salvador. Na ocasião, o governador Jerônimo Rodrigues
regulamentou a Lei Moa do Katendê, de salvaguarda da capoeira, lançou o projeto
Capoeira nas Escolas, autorizou a homologação da resolução da educação
antirracista e inaugurou as obras de ampliação e modernização da unidade
escolar, que reúne investimento de R$9,2 milhões.
“Nós abrimos hoje,
oficialmente, o Novembro Negro, todo um conjunto de ações promovidas pelo
Governo do Estado, por prefeituras e pelos movimentos que respeitam e lidam com
a temática da situação de racismo neste país”, afirmou o governador.
Conhecida como Lei Moa do
Katendê, a Lei 14.341 tem o intuito de salvaguardar e incentivar a prática da
capoeira no Estado, através da sua inclusão no currículo das escolas públicas.
O documento será publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta-feira
(6).
“É uma história grande, um
legado vivo e é muito gratificante. Emocionante estar aqui fortalecendo,
emanando esse presente, essa força que Mestre Moa, de lá de cima, está feliz e
dando essa força, essa benção”, disse, emocionada, Somonair Katendê, filha do
homenageado.
O projeto Capoeira nas
Escolas, executado pela Secretaria da Educação (SEC), atende ao disposto na Lei
Moa do Katendê e realiza diversas ações voltadas ao incentivo nas unidades de
ensino. O projeto é vinculado aos princípios que referenciam a proposta pedagógica
da SEC, que considera a cultura como a grande matriz do conhecimento,
assegurando o respeito à diversidade étnico-racial e cultural, a valorização da
cultura da paz, considerando a educação como um processo de inclusão social e a
escola pública uma referência de qualidade social.
“Mais do que criar o Capoeira
nas Escolas, hoje a gente dá o pontapé para o Novembro Negro da Bahia, com a
inauguração da ampliação do Colégio Estadual Zumbi dos Palmares e, com muita
alegria, todos os estudantes da Bahia vão conhecer quem foi Moa do Katendê e
vão fazer capoeira na escola”, explicou a secretária da Educação, Rowenna
Brito.
Por meio da iniciativa, serão
promovidas oficinas educativas; qualificação e formação dos oficineiros;
aquisição e distribuição do kit ginga, composto por berimbau, pandeiro,
atabaque, reco-reco, agogô, caxixi e dobrão de berimbau; fomento à implementação
da capoeira nas escolas no território baiano; realizar, anualmente, o festival
de capoeira nas escolas; e desenvolver estratégias para acompanhar as oficinas.
Para isso, o valor estimado é de R$ 18,8 milhões.
Ainda neste sentido, o
governador autorizou a homologação da resolução da educação antirracista, que
estabelece diretrizes de reorientação para cumprimento das disposições das leis
Nº 10.639/2003 e Nº 11.645/2008, que alteram a lei Nº 9.394/1996, no âmbito do
Sistema Estadual de Ensino e dá outras providências.