Governador Jeronimo defende “agenda ampla de Segurança Pública” e soma de esforços com o Governo Federal
Durante encontro com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e governadores, no Palácio do Planalto,
nesta quinta-feira (31), que tratou sobre a ampliação da atuação da União nas
ações de segurança pública, o governador Jerônimo Rodrigues enfatizou que “a
criação de uma política pública unificada de segurança perpassa por esse tipo
de discussão estratégica, para somar visões e prioridades regionais em torno de
um objetivo comum”.
De acordo com o governador, a
reunião serviu para que fossem colocadas as necessidades específicas de cada
estado. “Agora, tanto no âmbito do Consórcio Nordeste, quanto junto a todos os
governadores do Brasil, com o suporte dos secretários de Segurança Pública,
iremos analisar a proposta. Nossa meta é devolver ao presidente um plano
articulado para um pacto nacional de segurança pública, que integre as demandas
de cada estado,” afirmou o governador, que estava acompanhado secretários de
segurança pública e de administração penitenciária e ressocialização, Marcelo
Werner e José Castro, respectivamente.
Na ocasião, foram
apresentados detalhes da PEC, que propõe inserir o Sistema Único de Segurança
Pública (Susp) na Constituição Federal. Essa inclusão permitirá à União
estabelecer diretrizes nacionais de segurança e para o sistema prisional,
alinhando o trabalho dos estados com um planejamento estratégico centralizado.
O governo federal avaliará as contribuições dos governadores antes de enviar a
PEC ao Congresso. Para aprovação, a PEC deverá passar pela Câmara e pelo
Senado, obtendo três quintos dos votos em dois turnos de votação.
No início dos trabalhos, o
presidente Lula destacou a importância de um espaço de diálogo aberto. “Eu
queria que essa reunião fosse uma reunião em que os governadores não tivessem
nenhuma preocupação de falar aquilo que entenderem que devam falar. É uma reunião
em que não existe censura, não existe impedimento de cada um dizer aquilo que
pensa, aquilo que ele acha que é verdade e, sobretudo, também fazer alguma
proposta de solução para que a gente possa dar encaminhamento nesse assunto”,
afirmou o presidente.
Em sua fala no encontro,
Jerônimo Rodrigues lembrou que “o objetivo do Consórcio Nordeste é construir um
ambiente que não seja afetado por qualquer manifestação de aspectos
político-partidários ou concepção ideológica. Esse é um tema de extrema
importância, é um tema de Estado, um tema da população brasileira, e estamos
dispostos a nos darmos as mãos para criarmos essa agenda ampla de segurança
pública”.
Ainda em seu discurso, o
governador falou da estratégia realizada no estado baiano. “Na Bahia, tratamos
a segurança pública com a premissa dos três I(s): I da Inteligência, que é
fundamental para traçarmos estratégias, I de Integração das Forças, também muito
importante para mantermos unidade, e I de Investimentos. Acredito que da mesma
forma isso valha para o Governo Federal, para que, com a mão mais forte da
União, possa somar esforços com os Estados. Quero agradecer ao presidente Lula
e ao ministro Lewandowski por nos trazerem até aqui para construirmos, juntos,
esse ambiente de elaboração de um pacto federativo em torno da paz no estado
brasileiro”.
Propostas da PEC
A proposta de emenda
constitucional (PEC) apresentada pelo governo federal busca modernizar o
combate ao crime organizado no Brasil, tornando a segurança pública uma
responsabilidade mais colaborativa entre União e estados. Para isso, propõe
mudanças na Constituição que ampliam as atribuições da Polícia Federal (PF) e
da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que passará a se chamar Polícia Ostensiva
Federal, com competência para patrulhamento em rodovias, ferrovias e hidrovias,
além de apoio a estados sob demanda.
Outro ponto central da PEC é
elevar o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) a um status constitucional,
promovendo uma integração das forças de segurança com um conselho nacional que
estabelecerá diretrizes e padronização de protocolos, como boletins de
ocorrência. Também visa tornar permanente o Fundo Nacional de Segurança
Pública, garantindo recursos contínuos e não contingenciáveis para políticas de
segurança e defesa social.