TSE dará resposta rápida a notícia-crime de Boulos, diz Cármen Lúcia
A Justiça Eleitoral dará uma
resposta rápida à notícia-crime do candidato derrotado à Prefeitura de São
Paulo Guilherme Boulos (PSOL) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas, disse nesta noite a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
ministra Cármen Lúcia. De acordo com ela, o incidente foi isolado e não
compromete a credibilidade das eleições.
“Sobre um caso que acontece
quando 33 milhões de eleitores estão nas urnas, com 102 candidatos e que já foi
judicializado, a Justiça Eleitoral tem prazo curtíssimo e sim, será dada a
resposta. Fosse um país onde ficam meses ou semanas para dar a notícia até
seria razoável a ilação [de que a Justiça Eleitoral está demorando a agir]”,
declarou a presidenta do TSE em entrevista coletiva para apresentar o balanço
do segundo turno das eleições municipais em 2024.
“Acho que um caso em 51
municípios [com disputas de segundo turno] com mais de 33 milhões de eleitores
significa o êxito da Justiça Eleitoral, uma Justiça que funciona muito bem”,
declarou a ministra.
Sem poder opinar sobre o
caso, a ministra explicou a tramitação de processos de fake news na
Justiça Eleitoral. “O que temos hoje é um sistema de alerta, o assessoramento
específico de enfrentamento à desinformação que faz o encaminhamento de todas
as notícias que chegam. O tratamento dado pelas instituições competentes,
porque se trata em parte de uma investigação, em parte de uma necessidade de o
Ministério Público verificar se é caso de denúncia. Se for, há o processo que
segue a tramitação regular do processo penal eleitoral”, disse.
Cármen Lúcia ressaltou que a
Justiça Eleitoral está criando um procedimento para uniformizar tipos de fake
news que já tiveram decisões no TSE. O objetivo é dar mais rapidez às sentenças
e reduzir o volume de processos em instâncias superiores. “O repositório tem o
objetivo de incluir matérias que já foram objeto de tratamento e, portanto, o
juiz fazer isso automaticamente sem precisar chegar aqui [ao TSE] em outros
tempos”, comentou.
Neste domingo, o governador
paulista afirmou, ao lado do prefeito reeleito Ricardo Nunes (PMDB), sem
apresentar provas, que integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC)
orientaram parentes e apoiadores a votarem em Boulos. A declaração de Tarcísio
de que “teve o salve” do PCC pedindo voto em Boulos foi dada em entrevista
coletiva no colégio Miguel Cervantes, na zona sul de São Paulo, onde vota o
governador.
Boulos entrou com uma Ação de
Investigação Judicial Eleitoral (Aije) na 1ª Zona Eleitoral de São Paulo por
abuso de poder político e abuso no uso indevido dos meios de comunicação,
contra Tarcísio. A campanha do candidato derrotado também entrou com
notícia-crime no TSE contra o governador. Esse processo será relatado pelo
ministro Nunes Marques, que também integra o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em consulta da Radioagência
Nacional (EBC), o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo
informou desconhecer suposta orientação do PCC de voto
no candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSol). “Não chegou ao
conhecimento do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo nenhum relatório de
inteligência nem nenhuma informação oficial”, respondeu a assessoria de
imprensa do TRE-SP .