PGJ Itinerante: MPBA lança projeto para combater desmatamento e responsabilizar os degradadores ambientais
Terra Protegida’ já firmou 26
acordos com responsáveis legais e vai garantir mais de R$ 400 mil em
indenizações. Projeto visa tirar a Bahia do ranking de terceiro estado
brasileiro com maior registro de desmatamento
Mais de R$ 400 mil em
indenizações serão destinados a medidas de preservação e recuperação ambiental
na Bahia. O valor é fruto de 26 Termos de Ajustamento de Conduta firmados pelo
Ministério Público da Bahia com os degradadores ambientais nos últimos três
dias. Desde a segunda-feira, dia 21, até hoje, dia 23, esforço ambiental
integrado do projeto Terra Protegida realizou 28 audiências no município de
Juazeiro. O projeto foi lançado nesta quarta-feira, durante a ação do PGJ
Itinerante na cidade.
Também foi assegurada a
criação de 26 Reservas Particulares de Proteção Natural, em um total de 488,48
hectares de áreas integralmente protegidas pela atuação do MPBA. Os acordos
firmados têm o objetivo de recuperar danos ambientais causados pelo desmatamento,
promover a regularização ambiental dos imóveis rurais e o pagamento das
indenizações pelo passivo ambiental. A Bahia é o terceiro estado do país com
maior registro de desmatamento atualmente. Dados extraídos pelo Centro
Integrado de Geoprocessamento do Centro de Apoio do Meio Ambiente do Ministério
Público do Estado da Bahia (Cigeo/Ceama), da plataforma MapBiomas, revelam que
o estado fica atrás apenas dos estados do Pará e Maranhão em alertas de
desmatamento.
Entre os anos de 2019 e 2024,
a Bahia perdeu 1.826.643,90 hectares de vegetação nativa, sendo o cerrado o
bioma mais atingido, seguido pela caatinga. Para combater a prática de
desmatamento e verificar com mais agilidade as áreas que estão sendo desmatadas,
identificando os infratores dos crimes ambientais, o ‘Terra Protegida’
utilizará ferramentas de geotecnologia e inteligência artificial na atuação e
disponibilizará painel para consulta pública com os dados da evolução da
cobertura vegetal.
Segundo o coordenador do
Ceama, promotor de Justiça Augusto César Carvalho de Matos, os dados evidenciam
que a Região Oeste do estado é a que tem maior perda de cobertura vegetal
nativa. “Isso ocorre em razão dessa região ser, prioritariamente, a de maior
atuação e expansão do agronegócio na Bahia”, afirmou ele. Dentre as áreas
desmatadas, 705.302,77 hectares perdidos se encontram nas regionais ambientais
de Barreiras e Bom Jesus da Lapa com, respectivamente, 462.938,01 e 242.364,76
hectares desmatados.
“O MPBA é referência na área ambiental em relação à efetividade e, certamente, esse projeto fortalecerá as estratégias de proteção e defesa da vegetação nativa no estado da Bahia”, destacou Augusto César de Matos. Alinhada com a Recomendação nº 99/2021, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e a Nota Técnica 01/2021, da Comissão de Meio Ambiente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a iniciativa promete reforçar a fiscalização ambiental, promover a restauração de áreas degradadas e responsabilizar os infrato