Governador Jerônimo Rodrigues participa cerimônia de retorno do Manto Tupinambá ao Museu Nacional
Ao lado do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e de ministros, o governador Jerônimo Rodrigues
participou, na tarde desta quinta-feira (12), no Museu Nacional do Rio de
Janeiro, da cerimônia de celebração do retorno do Manto Tupinambá. Objeto raro
e sagrado, o manto retornou do Museu Nacional da Dinamarca no dia 11 de julho,
após 300 anos, e está instalado em uma sala da Biblioteca Central na capital
carioca, garantindo o direito sagrado dos indígenas em relação ao artefato.
A devolução foi permitida a
partir da articulação entre instituições do Brasil e da Dinamarca, incluindo o
Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio da Embaixada do Brasil na
Dinamarca, museus dos dois países e da comunidade tupinambá da Serra do
Padeiro, localizada na ainda não demarcada Terra Indígena Tupinambá Olivença,
na Bahia.
“Foi uma agenda linda,
emocionante. Este é um marco histórico para nós, brasileiros, e para nós,
indígenas. São 11 mantos desses. Um está aqui e dez espalhados por outros
cantos da Europa. Mas, assim como esse manto, outros valores deverão, com
esse exemplo, ser devolvidos ao povo indígena e aos seus territórios”, destacou
Jerônimo.
O presidente Lula destacou
que o Manto Tupinambá deve ficar na Bahia. “Espero que todos compreendam que o
lugar dele não é aqui. O governador indígena da Bahia, Jerônimo Rodrigues, terá
o compromisso histórico de construir no estado um lugar para abrigar o objeto,
que guarda crenças, memórias e a retomada de uma história que foi apagada por
séculos”, comentou.
A cacique Japomoty celebrou o
momento. “Sou a primeira líder mulher do povo Tupinambá de Ilhéus. Lutamos
muito para que o manto ficasse no Brasil e hoje, três séculos depois,
comemoramos esse momento que demonstra toda a força dos nossos ancestrais. Simboliza
um direito de vida, não só para nós, mas para todos os povos originários. Estou
feliz porque o Brasil de hoje é um novo Brasil”, afirmou.
O evento foi organizado pelos
ministérios dos Povos Indígenas (MPI), da Educação (MEC) e da Cultura (MinC,) e
de lideranças do Povo Tupinambá. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia
Guajajara, agradeceu a participação de todas as instituições envolvidas. “Graças
à incansável luta dos Tupinambás e dessas entidades, conseguimos celebrar,
hoje, a resistência, a ancestralidade e a força do nosso povo. Esse retorno
marca ainda, o novo início das relações entre os indígenas e os museus,
entidades vivas, de histórias e saberes disponíveis a toda a sociedade
brasileira”, disse.