Para Galípolo, o papel do Banco Central é garantir os avanço dos indicadores
O diretor de Política
Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, declarou que a definição da
taxa básica de juros do país, a Selic, está condicionada à análise cuidadosa do
atual panorama econômico, sendo o BC “dependente de dados”.
No evento de celebração dos
125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em Teresina, Galípolo
mencionou que o Banco Central adotou uma postura conservadora, interrompendo o
ciclo de redução da taxa de juros, em resposta ao contexto econômico vigente. A
próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, responsável por
fixar a Selic, está programada para os dias 17 e 18 de setembro.
Para Galípolo, os indicadores
apontam que a economia no Brasil está “aquecida e dinâmica”, ao contrário do
que está acontecendo nos Estados Unidos, onde a atividade econômica está
demonstrando sinais de desaceleração.
O candidato à presidência do
BC, Gabriel Galípolo, listou diversos fatores que corroboram esse crescimento
no Brasil, como a menor taxa de desemprego em uma década, aumento de 12% na
renda em relação a 2022, expansão do crédito, maior utilização da capacidade
industrial em 10 anos, vigor do setor de serviços e previsão de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) acima de 3% em 2024.
Preocupações com Inflação
Galípolo ressaltou que o
papel do Banco Central atualmente é garantir que esse avanço nos indicadores,
que resulta em crescimento da demanda, não ocorra de forma desordenada em
relação à oferta, a ponto de gerar um processo inflacionário capaz de erodir o
aumento da renda.
O diretor também observou que
as expectativas de inflação no mercado permanecem “desancoradas”, ou seja, não
estão convergindo para a meta de 3% estabelecida para este ano. Por esse
motivo, o BC interrompeu o ciclo de redução da taxa de juros e passou a depender
dos dados disponíveis.
Galípolo enfatizou que o
Banco Central irá “analisar os dados a cada reunião do Copom” para que os
membros do comitê possam tomar decisões relacionadas à Selic, mantendo-se
“abertos a todas as alternativas apresentadas na política monetária”.