Escassez de cacau: déficit global aumenta preços em 300%

O Dia Mundial do Chocolate, celebrado anualmente em 7 de julho, marca a chegada deste produto na Europa no século 15. Antes disso, o chocolate era consumido apenas pelos povos maias e astecas, que o consideravam sagrado. Com a Revolução Industrial, o chocolate se popularizou e, desde então, tornou-se uma das iguarias mais apreciadas no mundo. No Brasil, as sementes de cacau chegaram por volta de 1746, trazidas à Bahia por Antônio Dias Ribeiro, onde o clima e o solo se mostraram ideais para o cultivo.

Hoje, a produção de cacau enfrenta grandes desafios globais. Segundo a Organização Internacional do Cacau (ICCO), a previsão é de um déficit de 374.000 toneladas em 2024, impactando principalmente a Costa do Marfim e Gana, responsáveis por 54% da produção mundial. Essa escassez já resultou em um aumento de 300% nos preços do cacau desde 2022.

As principais causas dessa crise incluem a doença do broto inchado do cacau, degradação do solo e mineração ilegal de ouro. Além de diminuir a quantidade, esses fatores também afetam a qualidade do cacau, especialmente suas amêndoas, valorizadas por seu perfil aromático único. Embora haja esperança de uma leve queda nos preços no terceiro trimestre de 2024, a recuperação total não é esperada nos próximos anos, obrigando fabricantes a adaptarem suas estratégias de produção.

Nesse cenário, a multinacional de nutrição sustentável Kerry propõe soluções inovadoras para a substituição parcial do cacau em pó. Francis de Campos Ferreira, diretor global de portfólio de extratos de cacau e aromas de chocolate da Kerry, enfatiza a necessidade de sustentabilidade. "A crise do cacau apresenta desafios e oportunidades para inovação. A sustentabilidade, se abordada de forma eficaz, pode transformar a produção de cacau", afirma Ferreira.

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