Brasil com divida publica elevada afasta juros baixos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide na próxima quarta-feira (19) o patamar da taxa básica de juros, a Selic. E após uma primeira pisada no freio na última reunião, o comitê pode parar de vez – pelo menos por hora – o ciclo de afrouxamento monetário.

“O cenário atual pode levar a uma pausa, ou seja, invés de cair, o Copom decidiria manter o nível atual dos juros”, comenta o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega.

A Tendências Consultoria escritório onde da Nóbrega é sócio atualmente aposta neste movimento e que a Selic não deve encerrar o ano em um dígito.

A “causa mais relevante” para a parada, de acordo com o ministro de Sarney, é a saúde das contas públicas.

“As contas públicas têm influência muito forte nas expectativas dos agentes econômicos. A atual situação da dívida pública e a excessiva rigidez do orçamento fazem com que dificilmente o governo cumpra suas metas do primário”, avalia da Nóbrega.

O governo persegue a meta de zerar o déficit primário em 2024. Porém, a avaliação geral entre especialistas e no mercado é que o déficit zero não está garantido. Em outubro, o próprio presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou que dificilmente se chegará à meta este ano.

“A arrecadação do governo tem crescido de forma bastante satisfatória em relação ao ano passado. Ocorre que o déficit era muito alto no ano passado, então para atingir o equilíbrio orçamentário, o desempenho da arrecadação não tem sido suficiente”, afirma Manoel Pires, coordenador do Centro de Política Fiscal e Orçamento do FGV/Ibre, que também reforça que “esse ano não devemos ter déficit zero”.

A arrecadação federal vem atingindo resultados recorde de janeiro até abril deste ano, chegando a R$ 886,6 bilhões no acumulado de 2024.

Em abril, o setor público consolidado registrou um superávit de R$ 6,7 bilhões. O resultado foi o pior para o mês em quatro anos e representou alta na margem de 12 meses ante março, a R$ 266,5 bilhões (o equivalente a 2,4% PIB).

 

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